Na Festa de São Lourenço: um tributo aos Diáconos Permanentes e ao legado de Dom Adriano Hypólito

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No próximo dia 10 de agosto, a Comunidade São Lourenço, pertencente à Paróquia Senhor do Bonfim em Engenheiro Pedreira, receberá uma celebração eucarística em honra a São Lourenço, diácono e mártir, patrono dos diáconos permanentes. A missa solene, que terá início às 19h, contará com a presença de Dom Gilson Andrade, bispo de Nova Iguaçu, que presidirá a Santa Missa.

Esta celebração também marcará os 27 anos de falecimento de Dom Adriano Hypólito, terceiro bispo de Nova Iguaçu. Assim como São Lourenço, dedicou sua vida à caridade, servindo aqueles que mais necessitavam. Seu período a frente de nossa Igreja em particular deixou um legado de comunhão e missão, sempre olhando para todas as mazelas da Baixada Fluminense, lutando por melhorias para o seu povo.

Dom Adriano Hypólito

Dom Adriano Hypólito nasceu em Sergipe, batizado com o nome Fernando, e se tornou um frade franciscano. Ordenado em Salvador em 1942, adotou o nome de Adriano. Tinha habilidades na música e na poesia e cultivava amizade com Manuel Bandeira. Chegando à Baixada Fluminense, escolheu os mais pobres e defendia os direitos humanos, lutando pela igualdade de oportunidades para todos.

Nos anos mais duros da Ditadura, Dom Adriano foi uma figura importante para a história, a Igreja Católica e as lutas sociais da Baixada Fluminense. Atuou com rigor em relação à violência e à frente da diocese de Nova Iguaçu “acolheu” perseguidos políticos, empregando-os em alguns casos na estrutura diocesana, atuando como articulador de diferentes lideranças dos bairros onde a Igreja estava inserida. Após 28 anos como bispo de Nova Iguaçu, tornou-se emérito em 1994 e, dois anos mais tarde, no dia 10 de agosto de 1996, aos 78 anos de idade, entrou na glória.

Diácono Lourenço

São Lourenço, conhecido por sua dedicação à caridade e ao serviço aos mais necessitados, é uma figura emblemática para a comunidade cristã, especialmente para os diáconos, que se inspiram em sua vida e virtudes. Também conhecido como São Lourenço de Roma, nasceu na Espanha na primeira metade do século III. Ele é venerado como o terceiro santo padroeiro da cidade de Roma, depois dos santos Pedro e Paulo. Durante sua vida, serviu como diácono na Igreja de Roma em um período marcado por perseguições aos cristãos.

Uma das principais responsabilidades de Lourenço era administrar os bens e ofertas da igreja para suprir as necessidades dos pobres, órfãos e viúvas da comunidade. No entanto, em 258 d.C., o imperador romano Valério emitiu um decreto que ordenava a apreensão dos tesouros da Igreja, na tentativa de enfraquecer a comunidade cristã. Diante dessa situação, Lourenço foi convocado pelas autoridades romanas para entregar os bens da igreja. Ao invés de cumprir a ordem, ele vendeu alguns dos objetos preciosos da igreja e distribuiu o dinheiro arrecadado aos pobres. Quando as autoridades pediram que ele entregasse os tesouros da igreja, ele apresentou uma multidão de pobres, aleijados e cegos, declarando que eles eram os verdadeiros tesouros da Igreja.

Essa ação corajosa e sacrificial de Lourenço enfureceu o imperador Valério, que ordenou sua execução. Lourenço foi martirizado em 10 de agosto de 258 d.C., sendo assado em uma grelha, um método de execução usado para punir os cristãos na época. Seu martírio e exemplo de caridade cristã tornaram-no um símbolo de generosidade e compaixão para os fiéis, sendo celebrado como um santo da Igreja Católica e de outras denominações cristãs.

Seguindo o exemplo do seu padroeiro, os diáconos permanentes têm desempenhado um papel fundamental na Igreja no Brasil, oferecendo um serviço valioso e dedicado às comunidades religiosas em todo o país. Diferentemente dos diáconos transitórios, que normalmente seguem em direção ao sacerdócio, os diáconos permanentes são homens que já possuem famílias constituídas e assumem o chamado ao diaconato com o consentimento de suas esposas. Eles têm São Lourenço como seu modelo e patrono.