Em honra à vida: Diocese presta homenagem a Udo Lohoff e Luzia Pereira

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Na manhã desta quinta-feira, Dom Gilson Andrade, bispo de Nova Iguaçu, celebrou santa missa na Capela de São Bartolomeu em memória a Udo Lohoff, parceiro da diocese nas causas sociais, por meio da Aktion Kreiss Pater Beda, e a Luzia Pereira, ex colaboradora da cúria diocesana e mãe da atual colaboradora Rita de Cássia.

A celebração eucarística foi cercada de emoção e homenagens a Udo e Luzia, pessoas queridas e que fizeram parte da vida da Diocese de Nova Iguaçu a sua maneira. Dom Gilson abriu a missa lembrando o momento de consternação, deixando claro que a vida é um dom divino, um dom que Deus presenteia a nós.

Durante sua homilia, Dom Gilson levou todos a refletirem em seus pedidos ao pai eterno, pois, ele tudo sabe e na sua grandeza entende perfeitamente o que precisamos:

“Nós quando buscamos a Deus, nós pensamos que precisamos pedir isso, aquilo, ou outro, mas Deus sabe de todas as coisas e na sua bondade e misericórdia nos atende segundo a nossa verdadeira necessidade. Nós todos somos necessitados de Deus, todos somos precisados também uns dos outros”.

O bispo ainda colocou que a forma como vivemos é a nossa marca para o mundo e para Deus, deixando o exemplo positivo da forma como viveram Udo e Luzia: “Pensando na intenção da nossa missa, nós estamos rezando por duas pessoas queridas, estamos rezando pelo Udo, estamos rezando pela dona Luzia, que partiram há pouco tempo e nos deixaram com surpresa, com saudade. Eu pensava nessa grande humildade que todos nós temos que ter, pelo fato de que a morte nos nivela, morre o pobre, morre o rico, morre o sábio, morre o menos sábio. Assim fala a escritura, a morte é uma realidade que de alguma forma já mostra, somos todos iguais, somos todos irmãos, teremos todos o mesmo destino, que aos nossos olhos meramente humanos podia ser um destino trágico, porque Deus nos fez para a vida. Deus nos fez para viver para sempre. Porém, a morte entrou, diz a Escritura, no mundo, por conta da inveja do demônio. Quer dizer, não foi o projeto de Deus, mas Deus na sua bondade também envia o salvador Jesus Cristo para nos livrar da morte. Se a morte nos nivela, a vida deve mostrar também o valor que cada um dá aquilo que Deus lhe deu, a maneira de viver. É verdade que a morte é uma coisa comum a todos nós, mas a maneira de viver são escolhas que a gente deve fazer. O que fazer com essa única vida que Deus me deu? Esses nossos irmãos procuraram fazer da sua vida cada um da sua vida, ao seu modo um dom.”

Udo Lohoff

Ao final da celebração, foi dedicado um momento de homenagem a Udo e Luzia, coube a Hercília Menezes colaboradora do Centro dos Direitos Humanos deixar uma mensagem sobre Udo: “Ele iniciou a experiência de solidariedade e amor ao próximo ainda muito jovem. Aos 13 anos de idade, ele começou a acompanhar o Frei Beda nas suas caminhadas, peregrinações, campanhas solidárias, que se fazia na Alemanha em prol dos menos favorecidos do nosso Brasil. Ele amava o Brasil e amava o povo brasileiro. Era um homem simples, que gostava de caminhar e compartilhar a história junto com o povo. Após a morte de Frei Beda, ele assume essas caminhadas, campanhas, arrecadações, dando continuidade ao trabalho em prol do povo brasileiro. A Rede Solivida foi fundada há 11 anos atrás, ainda com o Frei Beda vivo. Hoje, somos 33 instituições que são beneficiadas, espalhadas por Rio de Janeiro, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Bahia, Maranhão e Pará. Ele sentia na pele a dor do irmão. Não se conformava que faltasse alimento na mesa desse povo. Udo, meu grande amigo, você será sempre lembrado. Atrevo até a dizer que essas 33 instituições ficaram órfãos. Olha, você está brilhando em outro lugar, junto de Deus. Vamos seguindo, tentando dar continuidade ao tanto trabalho que você deixou e sempre acreditou. Que sua luz seja sempre inspiração para todos nós. Udo, presente! ”

Dona Luzia Pereira

Rosana Pereira, também colaboradora do CDH homenageou Luzia, com quem conviveu:
“A gente fica um pouco emocionada e embarga a voz, e aí me pediram para falar um pouquinho da Luzia. Eu gostaria de iniciar a fala da Luzia, pegando um trechinho da homilia de Dom Gilson, quando ele fala que nós necessitamos de Deus e necessitamos uns dos outros. Então, o meu primeiro destaque que eu quero fazer nessa fala é sobre a Rita, sua filha, que nesses últimos anos se dedicou a cuidar com muito carinho de sua mãe, tanto ela quanto suas netas e seus netos. A Luzia tinha 88 anos, já fragilizada, precisava desse cuidado. É bonito ver todo esse cuidado com a mãe, de mãe, de avó. Lá no hospital eu acompanhei um pouquinho de perto. O quanto a família estava ali presente, dando conforto. Então, é sempre bom a gente destacar. Agora, sobre a Luzia, o pouco que eu tenho a dizer, quem conviveu com ela nos corredores dessa mitra, podemos dizer que Luzia era alegria. Quem não se lembra das risadas da Luzia? A mulher alegre, forte, guerreira, responsável, trabalhadora, uma grande mulher que deixa um legado para a gente de muita alegria. A ela e o Udo, todo o nosso carinho, a nossa gratidão e também o nosso aplauso”.

Confira abaixo mais imagens da missa: