Com a aproximação do dia das eleições, há toda uma mobilização para que se vote bem, levando em consideração elementos práticos como documentos, lugar, horários, conhecimento dos candidatos, uso da urna eletrônica etc.
Porém, na hora de votar, é necessário muito mais do que simplesmente entender todas as engrenagens do sistema eleitoral. É preciso consultar a própria consciência, inspirar-se nas convicções morais e colocar-se diante da realidade.
Faz-se necessário ouvir a voz da consciência, este lugar sagrado onde ressoam as nossas mais íntimas convicções, onde a verdade de quem eu sou está sempre presente. O Concílio Vaticano II, ao tratar da consciência moral na Constituição Pastoral Gaudium et Spes a define como “o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus”. Com a consciência, portanto, não se brinca. É preciso formá-la bem, ouvir e seguir a sua voz suave.
A própria experiência mostra que a escolha consciente de um representante do povo para governar uma cidade ou para elaborar e aprovar leis é coisa da máxima importância e, portanto, não pode ser prejudicada por interesses alheios ao bem comum.
Convém aqui recordar que o bem comum é a razão de ser da autoridade política. O ensinamento social da Igreja, lembra que as exigências do bem comum “estão estreitamente conectadas ao respeito e à promoção integral da pessoa e dos seus direitos fundamentais; elas referem-se, antes de mais nada, ao empenho pela paz, à organização dos poderes do Estado, a um sólido ordenamento jurídico, à preservação do ambiente e à prestação dos serviços essenciais à pessoa, que são, por sua vez, direitos de cada um: alimentação, habitação, trabalho, educação e acesso à cultura, transporte, saúde, livre circulação das informações e tutela da liberdade religiosa” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n.166).
Os Bispos católicos do Estado do Rio na Mensagem sobre as eleições de 2024 nos lembram que “as eleições municipais têm importância fundamental para a solução dos problemas mais próximos a nós, a promoção da melhor qualidade de vida para todos e a superação das desigualdades sociais”.
Daí a necessidade de se conhecer, na medida do possível, os candidatos, sua trajetória na vida pública, suas propostas e suas posturas diante dos valores morais relevantes para a defesa da vida e da justiça social. Para isso, é necessário recorrer a fontes seguras de informação e avaliar se as propostas apresentadas correspondem à realidade. Nem sempre é fácil esse aprofundamento, mas é necessário. Hoje o acesso à informação é bastante amplo, por isso, requer um maior discernimento, pois enfoques ideológicos podem distorcer a realidade para beneficiar pessoas e grupos cujos interesses não têm seu foco no bem comum.
O Papa Francisco lembrou-nos que “a realidade é superior às ideias” e que “é perigoso viver no reino só da palavra, da imagem, do sofisma” (Evangelii Gaudium, n. 231). Um olhar atento ao que acontece ao nosso redor ajuda a avaliar o peso das propostas e das reais possibilidades de execução. Os desafios sociais são enormes. Soluções mágicas não existem. No entanto, o compromisso com o bem comum e a consequente promoção da justiça social é indispensável e é direito e dever de todos. Votemos com consciência!
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