A Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), uma organização que reúne seis igrejas cristãs para atuar na defesa dos direitos humanos, realizou sua 51ª Assembleia Geral, entre os dias 10 e 12 de junho, em Salvador (BA). Durante o encontro, foi eleita a nova diretoria, que escolheu o padre Marcus Barbosa Guimarães, membro do clero da Diocese de Nova Iguaçu a serviço da CNBB em Brasília, como segundo secretário da entidade. O presbítero é, atualmente, assessor da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Padre Marcus vai compor a nova diretoria liderada pela presbítera Anita Sue Wright Torres, da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, eleita presidente. São os demais membros: o pastor Renato Küntzer, da Igreja Luterana, vice-presidente; Gilvaneide José dos Santos, da Aliança de Batistas, como primeira secretária; bispo João Câncio Peixoto Filho, da Igreja Anglicana, como primeiro tesoureiro; e a presbítera Eleni Rodrigues Mender Rangel, da Igreja Presbiteriana Independente, como segunda tesoureira.
“A CNBB será representada na diretoria da CESE por mim, dessa vez como segundo secretário da organização. Conto com as orações, apoio e comunhão na missão confiada”, pediu padre Marcus.
Também foram eleitos membros do Conselho Fiscal, sendo a cristã leiga Maria Della Giustina, da diocese de Tubarão (SC), eleita conselheira suplente. Ela atua no trabalho ecumênico do Regional Sul 4 da CNBB.
A Igreja Católica também esteve representada na assembleia pelo diácono Luciano Lima Santana, da arquidiocese de Feira de Santana (BA), envolvido com o trabalho ecumênico no Regional Sul 3 da CNBB.
Compromisso
Sobre o encontro, padre Marcus Barbosa partilhou que “foi um momento privilegiado para avaliar a caminha, reafirmar projetos e propor alguns novos caminhos para a CESE nos próximos anos”. Ao final das partilhas realizadas, continuou, “prevaleceu um sentimento de esperança que nos motiva a seguirmos firmes na missão central da CESE: a partir da fé, ser uma expressão do compromisso ecumênico em defesa dos direitos humanos”.
Esse compromisso se renova a cada assembleia, com as tradicionais visitas a comunidades que enfrentam violações de direitos. Segundo a Cese, um dos intuitos dessas ações “é aproximar as igrejas que compõem a CESE da luta dos movimentos populares, além de proporcionar que essas lideranças reverberem os relatos das comunidades em suas igrejas”.
Neste ano, foi conhecida a realidade do Quilombo Quingoma, situado em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. Um dos quilombos mais antigos do Brasil, a comunidade luta hoje contra a tentativa de extermínio do seu povo, de sua cultura, tradições e do próprio território.
Na carta da assembleia, a Cese conta o que pôde perceber na visita, como os efeitos da especulação imobiliária na comunidade; pede a titulação da terra do quilombo; e se compromete em levar adiante os apelos da comunidade.
“Neste momento, nosso testemunho comprometido nos impõe um posicionamento firme para que os poderes públicos garantam a regularização fundiária para titulação do Quilombo Quingoma, proteção às lideranças ameaçadas e encaminhamento das denúncias referentes aos impactos socioambientais registradas junto aos órgãos de responsabilidade, considerando inclusive a realidade de povos e comunidades tradicionais. Também apelamos o apoio das comunidades religiosas para se somarem nessa luta”, escreveram.
A carta na íntegra pode ser lida aqui.