A história da Diocese de Nova Iguaçu se confunde com a história da Baixada Fluminense. Ambas, Baixada e Diocese, caminharam de mãos dadas nas últimas cinco décadas. Fermento na massa, por vocação evangélica, a Diocese partilhou com a Baixada problemas, dificuldades, sofrimentos, desafios, lutas e vitórias. Formada nos primórdios por um grande laranjal que alcançou relativa prosperidade, a Baixada mergulhou no ostracismo. Vitimada, num breve intervalo de tempo, por dois infortúnios consecutivos. Primeiro, veio o amarelão, a praga que devastou as plantações. Logo em seguida, eclodiu a Segunda Guerra Mundial, com o consequente fechamento dos portos.
O advento da industrialização do Brasil fez a Baixada Fluminense ressurgir. As levas de migrantes saíram sistematicamente do interior em busca do sonho de trabalho e melhores condições de vida nas cidades maiores. Os loteamentos sepultaram os antigos laranjais. Famílias foram chegando e, em mutirões aos domingos e feriados, construíram as primeiras casas que, com o passar do tempo, formaram centenas de bairros. A Baixada de algumas dezenas de milhares de moradores foi se transformando. A configuração atual revela uma região que engloba 13 municípios, com aproximadamente 3,5 milhões de habitantes. Os mais antigos ainda se recordam das figuras solitárias de padres carismáticos, que iniciaram a missão da Igreja Católica em Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Belford Roxo, Austin, Japeri e Paracambi. Foram autênticos e destemidos desbravadores!
A chegada de Dom Adriano Hipólito, o grande missionário da Baixada, imprimiu um ritmo mais acelerado à ação evangelizadora. Ele logo se identificou com o povo sofrido e lutador da região. Destemido, declarou: “O Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo me deu a graça de participar, como bispo de Nova Iguaçu, da sorte deste povo humilde e bom. Justamente num período que ficou marcado pela graça do Concílio e pela desgraça da Revolução.”
Com Dom Adriano, a Diocese – fundada em 1960, dois anos antes do Concílio Vaticano II – adotou uma linha de transformação profunda, seguindo o caminho aberto pelo próprio conclave. As mudanças não tardaram a ser notadas. Começaram pela Liturgia e Catequese e passaram às esferas do trabalho social e do engajamento dos leigos. As linhas pastorais que a Diocese foi adotando são testemunhas do acerto no rumo então escolhido.
A Diocese assumiu a feição inconfundível de Igreja da Nova Aliança, que acredita num Deus libertador, solidário com os anseios e lutas do seu povo. É uma Igreja Fraterna, comprometida a viver o amor e a união. É uma Igreja Missionária, que sai às ruas, vai ao encontro do povo, conhece seus problemas, suas dificuldades, reconhece seus valores, leva a Palavra de Deus e evangeliza. É, finalmente, uma Igreja Solidária que defende a vida e a inclusão do Povo marginalizado e explorado, anunciando, denunciando, e assumindo, junto a ele, a luta em favor de uma vida mais justa e feliz para todos.