Começou no último dia 18 de julho, o aguardado 15º Intereclesial das CEB’s (Comunidades Eclesiais de Base), com a Diocese de Nova Iguaçu sendo representada por uma delegação de cinco componentes: Raquel Nascimento (Regional IX), André Welington (Regional IX), Luís Miguel (Regional VI), Adhail Gomes (Regional VI) e pelo bispo emérito Dom Luciano Bergamin.
“Chegou o 15º Intereclesial das CEB’s! Preparado e sonhado por longos cinco anos, detalhadamente construído. A Diocese de Rondonópolis nos acolheu em suas terras e em seu coração! Obrigada por tudo, por tanto, por sempre nos acolher assim: com amor e sororidade. Nossas delegações vieram de todos os cantos do Brasil, nosso regional Leste 1 foi recebido por famílias locais, literalmente em suas casas, na intimidade do seu lar. É uma experiência que nos revitaliza, que nos faz acreditar em um outro mundo possível, nós das CEBs acreditamos numa igreja sinodal missionária e em saída. ”, demonstrou toda sua alegria uma das articuladoras CEB’s nacional e oriunda da Diocese de Nova Iguaçu, Raquel Nascimento.
O encontro que ocorre até o próximo dia 22, na cidade de Rondonópolis, estado de Mato Grosso tem como tema “CEB’s: Igreja em saída, em busca da vida plena para todos e todas”. Dentre os participantes, estão presentes membros das CEB’s de todas as regiões da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), além de representantes de alguns países da África, América Latina e Europa, incluindo 1.160 delegados, 60 bispos e 60 representantes da Ampliada Nacional.
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos presentes no 15º Intereclesial de CEBs, expressando seu desejo de estar próximo a eles. Ele encorajou os participantes a continuarem com seu trabalho e a manterem o foco no tema “Igreja em Saída”. Utilizando uma analogia, comparou a Igreja à água, destacando que, assim como a água estagnada adoece, a Igreja se fortalece quando se lança em movimento e caminha. Suas palavras ressaltaram a importância da dinâmica e do compromisso com a missão da Igreja.
O intereclesial não se trata apenas de um evento isolado, mas faz parte de um processo contínuo de fortalecimento e articulação das comunidades em todo o Brasil. Seu objetivo é manter viva a chama da esperança e da resistência de uma “nova forma de ser Igreja”: uma Igreja que seja povo de Deus, sinodal e ministerial, comprometida com os pobres e com a justiça social, uma Igreja do diálogo, da denúncia profética e do anúncio do Evangelho do Reino e da sociedade de irmãos e irmãs, Igreja cuja natureza é ser missionária, profética, libertadora, ecológica e sociotransformadora.
CEB´s
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) têm desempenhado um papel fundamental na evangelização e na transformação social no Brasil. Surgidas durante os anos da ditadura militar, as CEBs buscavam conciliar a prática libertária com as diretrizes do Concílio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965. Desde então, essas comunidades têm se consolidado como uma nova forma de vivenciar a fé e se tornaram uma importante fonte de lideranças tanto no âmbito social quanto político.
Essas comunidades estão enraizadas em diversos movimentos sociais e têm contribuído significativamente para a formação de lideranças tanto dentro como fora da Igreja. Além disso, elas despertaram numerosas vocações religiosas e sacerdotais, renovando a imagem dos consagrados.
Uma das principais características das CEBs é sua busca por integrar todos os aspectos da vida, reconhecendo os sinais do Reino de Deus no cotidiano. Elas se tornaram uma presença ativa da Igreja junto às pessoas mais simples e marginalizadas, seja nas áreas rurais ou urbanas, nas periferias onde vivem os excluídos da sociedade.