Pascom Brasil promeve live sobre documento divulgado pelo Dicastério para a Comunicação

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“Rumo à presença plena” é o título do documento do Dicastério para a Comunicação publicado na segunda-feira, 29 de maio.  O objetivo é promover uma reflexão compartilhada sobre o envolvimento dos cristãos com as mídias sociais, que se tornaram cada vez mais parte da vida das pessoas. Inspirado na parábola do Bom Samaritano, ele pretende iniciar uma reflexão compartilhada para promover uma cultura de ser um “próximo amoroso” também na esfera digital.

No contexto da mídia social, onde os indivíduos são frequentemente consumidores e mercadorias, essa reflexão pastoral busca uma resposta baseada na fé. Essa resposta começa com o discernimento dos estímulos que recebemos e com uma escuta intencional. A atenção, juntamente com um senso de pertencimento, reciprocidade e solidariedade, são os pilares para a construção de um senso de união que, em última análise, deve fortalecer as comunidades locais, fazendo-as capazes de se tornarem motores de mudança. Ao nos tornarmos “tecelões da comunhão” por meio da criatividade do amor, podemos imaginar novos modelos construídos com base na confiança, na transparência e na inclusão, aprendendo a estar presentes no estilo de Deus e a levar o sinal do testemunho.

Live sobre o tema

Aproveitando a divulgação do documento a Pascom Brasil realizará nesta quinta-feira, 1º de junho, às 17h, promove um painel para apresentar o documento. A live terá como ponto de partida os principais assuntos tratados no texto e o que significa este documento para o momento atual.

O painel será mediado pelo coordenador-geral da Pascom Brasil, Marcus Tullius, e terá os seguintes participantes:

  • Dom Valdir José de Castro, bispo de Campo Limpo e presidente da Comissão Episcopal para Comunicação da CNBB, membro do Dicastério para Comunicação;
  • Irmã Joana Puntel, religiosa paulina, jornalista, doutora em Ciências da Comunicação, pesquisadora na área de comunicação, cultura e Igreja;
  • Filipe Domingues, jornalista, analista vaticano, mestre e doutor em Ciências Sociais, vice-diretor do Lay Centre (Roma) e participante do processo de elaboração do documento;
  • Moisés Sbardelotto, jornalista, mestre e doutor em Ciências da Comunicação, professor da PUC Minas e participante do processo de elaboração do documento;
  • Aline Amaro da Silva, jornalista e doutora em Teologia, pesquisadora e professora da PUC Minas.
  • A vice-diretora da Sala de Imprensa do Vaticano, Cristiane Murray, também terá participação especial na live.

A transmissão será pelo canal da Pascom YouTube, diretamente no link abaixo, e ficará disponível para ser assistida posteriormente.

 

Rumo à presença plena

A inspiração bíblica do documento é utilizada pelo Papa Francisco desde sua primeira mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 2014, quando apresenta a parábola do Bom Samaritano como a parábola do comunicador. O documento tem 82 parágrafos, organizados em quatro grandes partes.

Conheça abaixo os temas abordados no documento e que serão debatidos nos painel promovido pela Pascom Brasil:

Cuidado com as ciladas nas “rodovias digitais”

A revolução digital certamente criou oportunidades, mas apresenta muitos desafios. O documento identifica várias ciladas a serem evitadas ao percorrermos as “rodovias digitais”. Desde a redução de usuários singularmente considerados a consumidores e mercadorias, até a criação de “espaços individualistas” que têm como alvo pessoas que pensam da mesma forma ou incentivam comportamentos extremos, a viagem pelo ambiente on-line é um percurso em que muitos foram marginalizados e feridos. Para os cristãos, isso impele a perguntar-se: como podemos tornar o ecossistema digital um local de compartilhamento, colaboração e pertencimento, com base na confiança mútua?

Da consciência ao verdadeiro encontro

Tornar-se “próximo” no ambiente da mídia social começa com uma disposição para ouvir, sabendo que aqueles que encontramos on-line são pessoas reais. Mesmo em um ambiente caracterizado pela “sobrecarga de informações”, essa atitude de escuta intencional e de abertura de coração nos permite passar da mera percepção do outro para um encontro autêntico. Podemos começar a reconhecer nosso próximo digital, percebendo que seus sofrimentos nos afetam. Nosso objetivo é construir não apenas “conexões”, mas encontros que se tornem relacionamentos reais e fortaleçam as comunidades locais.

Do encontro à comunidade

Em nossa viagem pelas “rodovias digitais”, podemos encontrar os outros em um espírito de espectador indiferente ou em um espírito de apoio e amizade. Nesse último caso, nós – que às vezes somos o bom Samaritano e às vezes o ferido – podemos começar a ajudar a curar as feridas criadas por um ambiente digital tóxico. Precisamos reconstruir os espaços digitais para que se tornem ambientes mais humanos e mais saudáveis. Ao mesmo tempo, podemos ajudar a tornar esses ambientes mais capazes de promover comunidades reais, com base naquele encontro encarnado que é indispensável para aqueles que acreditam na Palavra que se fez carne.

Um estilo distinto

Os cristãos trazem para a mídia social um “estilo” distinto, um estilo de compartilhamento que tem sua origem em Cristo, que nos amou e se entregou por nós com suas palavras, suas ações, sua alma e seu corpo. Ele nos ensinou que a verdade é revelada na comunhão e que a comunicação também brota da comunhão, ou seja, do amor. A presença dos cristãos na mídia digital deve refletir esse estilo, para comunicar informações verdadeiras de maneira criativa, de uma forma que brote da amizade e construa a comunidade. Esse estilo fará uso de histórias; exercerá sua influência on-line de maneira responsável, à medida que os cristãos se tornarem “tecelões de comunhão”; será reflexivo, não reativo; será ativo no fomento de atividades e projetos que promovam a dignidade humana; e será sinodal, ajudando-nos a abrir nossos corações e a acolher nossos irmãos e irmãs.

Testemunho no mundo digital

Essa presença dos cristãos nas mídias sociais também terá a marca do testemunho. Os cristãos não estão lá para vender um produto ou fazer proselitismo, mas sim para dar testemunho. Isto é, eles estão lá para confirmar, com suas palavras e suas vidas, o que outra pessoa – Deus – fez, criando uma comunhão que nos une em Cristo. Quer os cristãos sejam às vezes o ferido, às vezes o samaritano, ou ambos, seus encontros ocasionais nas plataformas de mídia social se tornam encontros com um próximo cuja vida lhes diz respeito e, portanto, com o Senhor. Dessa forma, a comunicação oferece um vislumbre da comunhão que está enraizada na Santíssima Trindade e é nossa verdadeira “terra prometida”.

Leia o documento em português

Informações: CNBB e Pascom Brasil